quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sexto dia...

Antes de começar esta postagem, um grande pedido de desculpas pelo atraso. Este blogueiro justifica: Internação no hospital e duas pedras no mesmo rim tiraram-me de circulação por alguns dias úteis, o que fez com que este blog ficasse muito, muito parado. "Mais tranquilo que água de poço" como dizemos aqui no Rio Grande do Sul.

Mas vamos ao que interessa!

Se eu pudesse entitular essas galerias de fotos, eu chamaria esta galeria de

Um olho no chão, outro no céu

Não começou o dia bem.

Um milhão de coisas atrasadas no meu trabalho.

Um comunicado de que uma colega (e muito amiga minha) sairia da unidade onde trabalho.

É, recomeçar é mesmo complicado.

Faltava inspiração.

"Por que você não sossega com essa vida de artista fotográfico e fica com as complicações comuns?"

Eu me perguntei isso até o momento em que embarquei no trem.

Aliás, sempre lotado quando estou voltando. Sufoco. Mas finalmente alcancei uma janela.

Aí, sim, encontrei a resposta:

E ela estava na pergunta!

"É que eu sou um artista.

Meu trabalho é transformar as coisas que vejo em algo que todos possam ver.

Compartilho com o mundo aquilo que deve ser compartilhado.

Não se pode negar ao mundo certas coisas que ele precisa.

Mais arte? Não...

Mais SENTIMENTO."

Depois disso, meu pensamento voltou para dentro do trem.

"Quem precisa do trem?" - pergunta difícil, dada a quantidade incontável de pessoas que precisam.

Mães.

Filhos.

Famílias.

Pessoas.

Trabalhadores.

Estudantes.

Sim, é melhor que eu não enumere e toque esse (barco) trem adiante, não?

Lembrei que na última postagem, eu havia falado sobre o Sol.

E ele me ajudou a lembrar do porquê estar com a câmera na mão ali dentro.

E é até engraçado olhar para o céu e comentar que ele parece uma pintura.

Como assm "parece pintura"?

As pinturas que deveriam se parecer com isso, não?

Minha nossa... estou muito filósofo hoje.

(E eu nem bebo nem nada!)

O fato é que o por-do-sol nesse dia estava fotografável.

Tocando o trem adiante...


Com os que conversam comigo acabam sabendo que sou professor de literatura.

Uma das imagens que mais gosto de ver no trem é a das pessoas lendo.

(Promoção relâmpago: este blog vai premiar quem conseguir decifrar o título do livro desta simpática moça!)

É fato que as opiniões se dividem sobre a nova literatura e a onda contemporânea de sagas.

Na minha opinião, leitura é um hábito super-saudável.

E melhor ainda se você lê algo que lhe interessa.

Pra quem gosta de modelar imagens, essa fica interessante no efeito "old", tipo preto-e-branco, mas usando marrom e branco.

Outro comentário de um amigo: "Teus netos olharão este blog e pensarão coisas boas a teu respeito."

Ah, ganhei a noite com essa!

E o Sol? Eu já falei demais nesta postagem, deixa que ele mesmo diga:



A gente se vê no trem!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quinto dia

Que dia frio!

Meus queridos viajantes, se vocês pegaram o trem aqui no sul, devem ter passado maus bocados, como este artista aqui.

Quero homenagear uma figura que tem feito falta neste Estado...

Vocês conseguem adivinhar o que faz falta nesta imagem?

Procure muito bem...


Quem?

Num frio desses, a gente só pode sentir falta...

De quem esse fotógrafo está falando?

Nada a menos do que do astro das manhãs:

O SOL!

Essa imagem parece iluminada, mas essa estação estação estava cercada de névoa, em plenas 8h da manhã.

Me dá frio só de lembrar.

O astro demorou a aparecer, mas deu as caras e até rendeu um calorzinho, mas nada que nos fizesse tirar os casacos ou roupas de lã.

Mas em dias em que sua força parece falha, ele nos proporcionou um espetáculo infotografável... porém, este simpático trabalhador nos fará uma pequena demonstração:

Não pude fotografar o sol,

mas se vocês olharem para o meu cnvidado de hoje,

vocês poderão perceber que era mesmo fantástico!

Enquanto descansávamos do trabalho, mas mantínhamos

esforços para seguirmos viagem, para retornarmos aos nossos

lares...

E o Sol é testemunha.

Talvez o frio faça mal ao corpo, mas compense a alma.

Até a próxima, companheiros.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quarto dia

Eu tive uma sequência de pequenos azares nesses últimos dias e acabou que este blog ficou boiando nas postagens.

Em primeiro lugar, eu gostaria de fazer um protesto:

Tomara que o Homem-aranha ache o cara que fez isso!

E que dê-lhe uma surra nunca antes vista!

Sou contra a violência.

Mas pra mim, quem pratica pixação sofre de pura falta-de-laço, mesmo!

Que graça tem escrever algo que só um grupo de semianalfabetos consegue ler?


Deixando esses pormenores infelizes pra lá, vamos aos sorteados do dia!



Vi esses dois simpáticos conversando amigavelmente. Concordaram em tirar a foto. Mas a moça da foto saiu tão rápido do trem que nem levou um cartãozinho. Uma pena! Provavelmente pensou que eu fosse um maluco. E eu não a cullpo.

Já o senhor que segura gentilmente a pasta é um cardiologista veterinário com curso no exterior e tudo. Dividiu alguns minutos comigo até a parada, num bom papo.

Quantas pessoas fascinantes esse trem pode oferecer!

Eu continuo com medo do frio. Mas com muita esperança de que as pessoas estarão muito elegantes.

A gente se vê no trem!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Terceiro dia

Boa noite, viajantes!

Se tem uma coisa que eu percebo que nós, brasileiros temos, é o senso de solidariedade e de bondade.

Eu tenho em meu trabalho um forte exemplo de bondade: essa minha colega de trabalho.

Como eu não posso identificar as pessoas nas fotos, quero deixar um recadinho básico:

V. , muito obrigado por tudo que você me ensinou!

Eu sempre vou lembrar de ajudar as pessoas da forma como você me ajudou.

Um grande beijo! E até amanhã!


Voltando ao nosso passeio...

O caminho de volta é sempre movimentado.

E eu penso "Quantas histórias!"

Uma moça chorava enquanto lia as últimas páginas de um livro. Era um momento dela, então decidi deixá-la em seus pensamentos.

Teve gente que desceu antes de eu pedir a foto, uma pena...

E teve gente que eu simplesmente não criei coragem de chegar para pedir uma foto.


Das duas uma: ou sou chato, ou sou tímido.



E esse simpático senhor me deixou no débito de muitos agradecimentos.


Além de se deixar fotografar, me deu umas dicas e conversou comigo até o fim da viagem dele.


Eu não pergunto o nome de ninguém, mas não pensem que é por antipatia. Preciso manter o anonimato dos meus modelos.


Teria ele falado comigo sobre problemas no trabalho, stress, e essas picuinhas que atrasam a vida?


Que nada! Falamos sobre arte e fotografia, matéria-prima deste blog.

E mais uma vez...
... nossa viagem acaba por aqui.


Meus agradecimentos a todos os participantes, do lado de lá da lente, e do lado de lá do monitor.

Não choveu muito, mas tem esfriado. Casacos deixam as pessoas elegantes? Vamos confirmar isso na próxima postagem.



A gente se fala no trem!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Segundo dia...

Ontem, infelizmente, não pude postar nenhuma foto. E confesso a vocês que isso me deixou um tanto deprimido. Realmente, o número de "nãos" era grande, afinal, não parece mesmo loucura um cara aparecer com uma câmera na mão perguntando se você aceita ser fotografado?

É que tava faltando alguma coisa que comprovasse a autenticidade das minhas palavras, não? E depois de muito pensar, eu estava conversando com meu amigo Pi, e juntamos algumas ideias que resolveram o problema:

Sim, é um cartão de identificação, com o link deste blog.
Eu peço perdão pelo amadorismo do foco dessa imagem.

Na verdade, não é bem um cartão... eu simplesmente peguei algumas folhas de papel reciclado e imprimi a seguinte mensagem:
 
"A vida no trem
Obrigado pela sua cooperação!
 
Você pode conferir sua imagem em:
 
"Bier" Fogaça Reis"
 
Nada mal, não é? Bom... era o que eu estava achando no princípio, mas justamente no dia em que eu estava estrelando os "cartões", ninguém quis saber de posar para uma foto. Isso me desanimou (de novo). Cheguei ao meu destino pós trabalho...
O trem voltou à rota...
A estação foi esvaziando...
As pessoas seguindo seus rumos...





(Esse, sim, foi um desfoque intencional)


As pessoas pareciam um tanto espantadas com o meu pedido.



Mas faz parte do pacto que fiz: eu tenho de compreender que meu pedido é, no mínimo, inusitado.
 
 
Logo a estação estava praticamente vazia...
 
 
 
Dou um prêmio para quem adivinhar a única palavra que me ocorreu quando eu tive esta visão.
 
 
Mas não esperem um grande prêmio, porque eu não to ganhando nada porque não é esse o objetivo do blog.
 
 
Mas até naquele momento, eu senti poesia no que eu estava fazendo.
 
 
De repente, uma luz me iluminou (e não era a da estação) e me guiou até um par de protagonistas para a postagem de hoje:
 
 
 
 
Não é uma bela imagem?
 
 
A pequena não autorizou verbalmente a fotografia, mas tive o consentimento do simpatissíssimo pai.
 
 
Eu gostaria de esclarecer que não peço nomes, pois quero manter a identidade dos participantes do blog.
 
Também quero muito agradecer ao paizão dessa menininha tão falante.
 
Viajantes assíduos do trem. Assim como eu.
 
Algumas pessoas pensam que eu devo ser um maníaco. Ou um maluco...
 
Em compensação, outras me lembram porque vale a pena fazer este blog!
 
Cuidem-se, colegas de ferrovia.
Ah, sim... amanhã a previsão é de chuva.
Possivelmente eu vá usar chapéu...
 
Obrigado pela visita!
Nos vemos no trem!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Primeiro dia...

Não culpo as pessoas por desconfiarem ou por se sentirem incomodadas.
Nesta segunda-feira, as pessoas olhavam e estranhavam.
O que é perfeitamente normal.
Só faltava agora eu achar que todas aceitariam isso numa boa, não é?
Mas sabem, eu confesso que fazer essa proposta despretenciosa exige muita coragem, não só minha, mas das pessoas que aceitam.
Minha jornada sempre começa no sentido Norte-Sul.
A estação é um cenário muitíssimo interessante.
Difícil é, para muitos, acreditar que este trabalho seja arte por arte.



Finalmente, o tema principal deste blog mostra as caras: pessoas!


Eu pretendo preservar a identidade das pessoas que cooperam para este projeto.

Mas não posso deixar de agradecer à primeira pessoa que cooperou com isso tudo.

Sinto um forte raio de esperança na gentileza das pessoas.

Talvez seja isso que me motiva!

Oh! Antes que eu me esqueça!
Obrigado, moça!



O rapaz ao lado também foi muito gentil em ceder sua imagem.

Na verdade, eu até sinto inveja.

Ler um livro em locais como esse é uma das coisas que mais gosto de fazer.

Não pude nem ao menos reparar qual o livro lido por ele, mas não vem ao caso.

Ele estava concentrado. Acho que era entretenimento.

Desculpe se eu o perturbei. E obrigado por participar desta postagem, amigo!




O tempo passou.

Chegou então a hora do meu trabalho.

Não reclamo do meu trabalho.

Mas é uma pena.

Eu realmente queria ficar de bobeira na estação.




Na viagem de volta, o trem estava mesmo apertado.

Quando "desapertou", consegui pedir a essa senhora que me permitisse uma fotografia.

Para a minha surpresa, ela apenas me pediu o motivo.

E aceitou numa boa.

Pessoas no trem.

Pessoas.

Nós somos pessoas.

Quantas de nós não somos fantásticas?



Por hoje é isso!
Amanhã é terça.
Nos encontramos no trem!

domingo, 4 de julho de 2010

Introdução

Se você costuma entrar no trem diariamente, nessa correria do dia-a-dia, pode ser que um dia encontre um rapaz usando um chapéu de couro e um casaco sacando uma camerazinha da mochila. "Posso tirar uma foto sua para o meu blog?" - é o que eu vou pedir para alguém ali perto - "É sobre pessoas que usam o trem!" - e esse alguém pode ser você.

Se você disser "Não", eu vou apenas sorrir e me desculpar. Mas se você disser "sim", eu sorrirei com minha alma.

Não dá tempo de ouvir muitas histórias. Não há tempo para se fazer amizades, porque a estação fica logo ali. Mesmo assim, esses pequenos momentos podem ser eternizados. Aqui estamos nós!

A vida parece ser triste, mas cada momento é único. Por favor, aceite minha oferta. Não precisa nem ao menos sorrir. Oh, mas é claro que eu quero que você sorria! Eu quero que você, que posou para a foto ou que entra aqui na esperança de encontrar algum rosto perdido, aqui está mais um motivo pra sorrir.

Um abraço!
Seu criado,
Bier!